A porta no fim do corredor
>dezembro de 2005
>tinha 12 anos de idade
>aprovado_por_média.JPEG
>passei direto porque a nota da feira de ciências da escola tinha me ajudado
>meu tema era “A bomba de Hiroshima”(guarde isto)
>família resolve viajar pra comemorar o réveillon.
>pais dizem que posso escolher o destino por causa das notas
>escolhi a Disney porque amava o pateta
>pai aceita
>feelsgood.PNG
>uma semana depois meu pai diz que quer conversar comigo
>sento no sofá da sala e ele na poltrona
>odiava aquela poltrona porque sentia que algo me segurava nela, mas isso não é assunto pra agora
>meu pai diz que tentou de todas as formas comprar um pacote de viagens pra Disney
>altatemporada.gif
>o pacote mais barato que ele encontrou custava cerca de 10 mil bushes(obamas daquela época) para cada pessoa
>meu pai era professor e minha mãe era fisioterapeuta
>meus pais haviam economizado por 2 anos para fazer essa viagem, mas ainda assim não dava
>feelsbad.jpg
>meu pai diz pra eu não ficar triste porque ele tinha um plano b
>a esperança volta pro meu coração na velocidade da luz
>ele disse que havia encontrado uma pousada que tava oferecendo um super desconto
>a pousada era numa zona rural, mas era bastante procurada por causa das histórias a seu respeito
>pergunto quais eram as histórias e onde ela ficava
>é surpresas - ele me disse
>viajariamos em dois dias
>fiz minha mala em 1 hora e não dormi por dois fodendo dias de tanta ansiedade
>chega a sexta feira da viagem
>eu, meu pai, minha mãe e olivia (minha irmã de 5 anos) estávamos no aeroporto aguardando
>recebo minha passagem
>realizo que iríamos para Hiroshima
>meu pai sorri e diz que aquilo é pra eu sempre me lembrar que posso ir longe se fizer bons trabalhos
>presente_com_significado.GIF
>embarcamos no avião
>durante o vôo pegamos uma zona de turbulência
>piloto avisa aos passageiros que apertem os cintos porque o avião terá que fazer um pouso forçado na água
>cutrava.rar
>desespero geral no avião
>15 minutos de euforia até que o piloto diz que ta tudo OK
>nunca esquecerei do piloto dizendo “senhores passageiros, conseguimos contornar a situação. Agradeçam às suas divindades. Aparentemente era pra não estarmos aqui…”
>avião aterrissa
>mãe diz pra ficar tranquilo porque o pior já passou e agora tudo ficaria ok
>pousada.JPEG
>somos recepcionados por um velhinho
>ele tinha um sorriso de orelha a orelha mas era muito velho
>aquele cara devia ter uns 100 anos
>ele da as boas vindas e nos leva até nossos quartos
>ficamos no último andar
>era um corredor longo com uma porta no final e a porta do nosso quarto no início
>pergunto o que tinha naquela porta do final do corredor
>o velhinho muda o semblante
>pare bravo cmg
>putaço300%.rar
>pergunta se eu não já sei das histórias e diz que é pra eu simplesmente ficar longe de lá
>pergunto ao meu pai quais eram as histórias
>ele diz que não chegou a perguntar para o agente de viagem, mas que eu devia deixar isso pra lá
>deixo aquilo de lado por um dia e vou dormir
>8:15h.RAR
>acordo com a fome de mil Etiópias
>só encontro a Olívia brincando com uma boneca na sala
>pergunto onde ta o pai e a mãe
>ela diz que foram comprar algo pra a gente comer
>realizo que a nunca tinha visto aquela boneca antes e pergunto a Olívia onde meus pais a compraram
>Olivia me diz que foi a coleguinha do quarto do lado que deu pra ela
>realizo que os pais da menina podiam ficar pistola porque ela deu a boneca pra minha irmã
>digo que vou devolver a boneca
>Olivia solta a boneca no chão e olha pra porta
>ela começa a balançar a cabeça em sinal de positivo
>ela vira pra mim e diz que eu não serei bem vindo la
>ignoro Olivia
>pego a boneca e saio do meu quarto
>no caminho até o outro quarto fui observando a boneca
>ela era feita de palha e parecia ser muito antiga
>a boneca não tinha olhos
>conforme eu andava, sentia um clima pesado no ar
>o corredor parecia ir se alongando a cada passo que dava
>finalmente cheguei em frente à porta
>um silêncio absurdo tomou conta do lugar
>bati 3 vezes na porta
>ninguém respondeu
>aguardei 1 minuto e retornei a bater
>ninguém respondeu
>pensei que não tinha ninguém em casa
>deixei a boneca na porta e voltei pro meu quarto
>entro no meu quarto e fecho a porta
>caminho até a sala onde Olivia estava
>ouço o som da outra porta se abrindo e depois fechando lentamente
>saio do meu quarto novamente
>corredorvazio.JPEG
>não havia nenhum sinal de vida lá exceto por uma coisa
>a boneca não estava mais lá
>ouço meus pais subindo as escadas e volto pra casa
>meus pais trouxeram café da manhã
>contei pra eles a história da boneca
>pais não dão a foda
>saímos naquela tarde para passear
>fomos ao monumento das crianças e ouvimos histórias sobre a bomba de Hiroshima
>voltamos para casa no fim da tarde
>quando estávamos subindo as escadas pude ouvir uma risada de criança
>quando chego no andar o som das risadas cessam
>jantar.PNG
>depois do jantar meus pais dizem pra eu e a Olívia ficarmos no quarto
>eles iriam pra um bar que tinha perto dali
>nada muito sofisticado, mas era o único lugar das redondezas que vendia o famoso mé
>sozinho_com_olivia.rar
>começamos a brincar de baralho até que voltei a ouvir a risada
>pergunto se Olivia ouvia algo mas ela diz que não tava ouvindo nada
>saio do quarto para ver de onde vinha aquele barulho e o barulho cessa
>sinto um clima pesado no corredor e uma energia negativa me atraindo para a porta
>tive medo de ir
>mas aquela porta parecia ser irresistível…
>caminho em silêncio até a porta
>vejo uma sombra passando rapidamente pela brecha (português para espaço entre a porta e o chão)
>continuo caminhando até que chego na porta
>colo o rosto na porta na esperança de ouvir o que se falava do outro lado
>silêncio. Mp3
>decido olhar pelo buraco da fechadura
>vejo uma menina ajoelhada de costas brincando com a boneca que a Olívia tava
>a menina tinha os cabelos curtos e parecia abatida
>fico observando por uns minutos
>ela não fazia nada além de pentear os cabelos daquela boneca
>realizo que alguém podia chegar e volto para o meu quarto
>sono.rar
>sono pesado mesmo
>acabo adormecendo no sofá
>8:15h.JPEG
>acordo novamente
>acho estranho acordar nessa hora porque nunca consigo acordo cedo e já é a segunda vez em dois dias
>penso que deve ser por conta do fuso horário
>meus pais estão dormindo ainda
>Olivia mais uma vez está acorda, brincando na sala
>bomdiaolivia.mp3
>Olivia me olha
>Olivia diz que eu não devia ter ido lá
>pergunto o porquê
>Olivia ajoelha e começa a brincar com seu urso de pelúcia
>achei estranha a cena, mas não dei a foda
>a única coisa que não saía da minha cabeça era o fato de Olivia ta ajoelhada, penteando o urso da mesma forma que a menina do quarto vizinho
>digo que vou na recepção brincar um pouco
>a recepção era foda
>tinha até PlayStation pra jogar
>não tinha aproveitado nada ainda desde que tinha chegado
>saio do quarto
>caminho até as escadas
>ouço a mesma risada de novo
>decido dar uma passada no quarto vizinho antes de descer
>risada cessa
>algo em mim diz que era pra descer as escadas e ir pra a recepção
>resisto a vontade por alguns instantes
>resistência dura menos que alegria de pobre
>vou até o quarto
>silêncio.Mp3
>olho pela fechadura
>não vejo nada
>só vejo uma cor vermelha muito forte
>realizo que alguém daquele quarto deve ter me descoberto e cobriu o buraco da fechadura com algum pano para eu não ver mais
>volto a ouvir as risadas
>fuidescoberto.fudeu.GIF
>dou meia volta e desço as escadas
>recepção.Jpeg
>o velhinho estava atendendo alguns hóspedes
>me aproximo dele é pergunto se ele pode me tirar uma dúvida
>ele confirma
>pergunto sobre a história que envolve o quarto
>o semblante dele muda novamente
>o senhor me pede pra esperar ele terminar de atender aos hóspedes e diz que me responde depois
>aguardo 10 minutos
>velhodemorado_da_porra.GIF
>velhinho me leva pra os fundos da pousada
>realizo que é rape time
>velhinho me mostra 3 lápides
>ele me diz que seus pais tinham morrido por conta da bomba e que as duas maiores lápides eram dos pais dele
>seus pais eram os donos daquela pousada quando a bomba caiu na cidade de Hiroshima
>booom.WAV
>quando a bomba caiu as pessoas que perderam suas casa foram se refugir na pousada deles
>ele contou que os efeitos da radiação foi a terceira coisa mais assustadora que ele viu na vida
>a radiação fez seus pais vomitarem sangue e derrubou seus cabelos
>ele disse que também sofreu com a radiação e que ela fez seu corpo ficar em carne viva
>ele diz que quem mais sofreu com isso foi sua irmã mais nova
>essa lápide menor é dela - ele me disse
>dois meses depois da bomba seus pais morreram e ele ficou responsável pela pousada e pela sua irmã
>ele contou que uma mulher estranha não tinha onde ficar e pediu a ajuda dele
>a mulher parecia não ter sofrido com a radiação, mas ainda assim estava bastante maltrapilha
>ele prontamente se dispôs a ajudar e liberou o quarto onde ele morava com a irmã pra ela
>a mulher havia ficado extremamente grata e quis retribuir
>a mulher disse para ele (o velhinho, quando criança) que ela poderia curar ele da radiação mas que um grande sacrifício seria necessário para isso
>seguidora declarada da deusa pagã Beltane
>a pele em carne viva estava fedendo à podre naquele momento
>ele concordou, não tinha nada a perder mesmo
>ela pega dois baldes de prata e ateia fogo neles
>coloca ele no centro e começa um ritual pagão
>ela trás a irmã mais nova dele e a coloca na sua frente
>a mulher tira de dentro de uma caixa uma boneca, a boneca da morte
>ela diz que se a boneca não ver doença nele, seu corpo também não verá.
>mulher_arranca.osolhosdaboneca.GIF
>o ritual do estava quase completo, faltava apenas uma coisa
>a mulher corta sua mão e esfrega o sangue na cara da irmã mais nova dele
>eoq?!.rar
>mulher diz que para o ritual estar completo ela precisava do corpo de uma menina virgem
>menina abre a boca para gritar
>era tudo o que a mulher queria
>ela espirra o sangue da mão na boca da menina encerrando o ritual
>e aí?! Aconteceu o que? - perguntei ao velhinho
>a coisa mais assustadora que vi na minha vida. - me responde.
>ele diz que a menina começa a se contorcer e gritar com uma voz diferente
>não era mais a irmã dele
>era Beltane
>a menina pulou para cima dele apertando seu pescoço
>aaaaaaaah.mp3
>quando ele começa a gritar, Beltane começa a sugar dele uma espécie de nuvem preta
>sua pele começa a voltar ao normal
>ele diz que tremia e sentia seu corpo inteiro queimar
>futurovelhinho_desmaia.JPEG
>ele me diz que quando acordou ele estava curado.
>a mulher havia sumido
>sua irmã também
>ele procura por toda a pousada e por todo o quarto
>nada.gif
>1 ano se passa desde o episódio
>risadas começam a ser ouvidas pela pousada
>ele realiza que as risadas vem do quarto
>quartovazio.jpeg
>ele decide encerrar aquela história
>quarto é trancado e a chave é enterrada ao lado de seus pais, representando sua irmã.
>ele me conta que já se fazem décadas que as risadas são ouvidas, mas que nunca ninguém teve coragem de entrar no quarto
>meu cu naquela hora já tava mais preso que o teu intestino quando você viaja
>pergunto o que porra foi a coisa mais assustadora que ele viu na vida
>ele diz que foi a cara da irmã dele quando ela tava em cima dele, sugando a nuvem preta.
>”eu nunca vou esquecer aquele vermelho forte dos olhos da minha irmã”
>tinha 12 anos de idade
>aprovado_por_média.JPEG
>passei direto porque a nota da feira de ciências da escola tinha me ajudado
>meu tema era “A bomba de Hiroshima”(guarde isto)
>família resolve viajar pra comemorar o réveillon.
>pais dizem que posso escolher o destino por causa das notas
>escolhi a Disney porque amava o pateta
>pai aceita
>feelsgood.PNG
>uma semana depois meu pai diz que quer conversar comigo
>sento no sofá da sala e ele na poltrona
>odiava aquela poltrona porque sentia que algo me segurava nela, mas isso não é assunto pra agora
>meu pai diz que tentou de todas as formas comprar um pacote de viagens pra Disney
>altatemporada.gif
>o pacote mais barato que ele encontrou custava cerca de 10 mil bushes(obamas daquela época) para cada pessoa
>meu pai era professor e minha mãe era fisioterapeuta
>meus pais haviam economizado por 2 anos para fazer essa viagem, mas ainda assim não dava
>feelsbad.jpg
>meu pai diz pra eu não ficar triste porque ele tinha um plano b
>a esperança volta pro meu coração na velocidade da luz
>ele disse que havia encontrado uma pousada que tava oferecendo um super desconto
>a pousada era numa zona rural, mas era bastante procurada por causa das histórias a seu respeito
>pergunto quais eram as histórias e onde ela ficava
>é surpresas - ele me disse
>viajariamos em dois dias
>fiz minha mala em 1 hora e não dormi por dois fodendo dias de tanta ansiedade
>chega a sexta feira da viagem
>eu, meu pai, minha mãe e olivia (minha irmã de 5 anos) estávamos no aeroporto aguardando
>recebo minha passagem
>realizo que iríamos para Hiroshima
>meu pai sorri e diz que aquilo é pra eu sempre me lembrar que posso ir longe se fizer bons trabalhos
>presente_com_significado.GIF
>embarcamos no avião
>durante o vôo pegamos uma zona de turbulência
>piloto avisa aos passageiros que apertem os cintos porque o avião terá que fazer um pouso forçado na água
>cutrava.rar
>desespero geral no avião
>15 minutos de euforia até que o piloto diz que ta tudo OK
>nunca esquecerei do piloto dizendo “senhores passageiros, conseguimos contornar a situação. Agradeçam às suas divindades. Aparentemente era pra não estarmos aqui…”
>avião aterrissa
>mãe diz pra ficar tranquilo porque o pior já passou e agora tudo ficaria ok
>pousada.JPEG
>somos recepcionados por um velhinho
>ele tinha um sorriso de orelha a orelha mas era muito velho
>aquele cara devia ter uns 100 anos
>ele da as boas vindas e nos leva até nossos quartos
>ficamos no último andar
>era um corredor longo com uma porta no final e a porta do nosso quarto no início
>pergunto o que tinha naquela porta do final do corredor
>o velhinho muda o semblante
>pare bravo cmg
>putaço300%.rar
>pergunta se eu não já sei das histórias e diz que é pra eu simplesmente ficar longe de lá
>pergunto ao meu pai quais eram as histórias
>ele diz que não chegou a perguntar para o agente de viagem, mas que eu devia deixar isso pra lá
>deixo aquilo de lado por um dia e vou dormir
>8:15h.RAR
>acordo com a fome de mil Etiópias
>só encontro a Olívia brincando com uma boneca na sala
>pergunto onde ta o pai e a mãe
>ela diz que foram comprar algo pra a gente comer
>realizo que a nunca tinha visto aquela boneca antes e pergunto a Olívia onde meus pais a compraram
>Olivia me diz que foi a coleguinha do quarto do lado que deu pra ela
>realizo que os pais da menina podiam ficar pistola porque ela deu a boneca pra minha irmã
>digo que vou devolver a boneca
>Olivia solta a boneca no chão e olha pra porta
>ela começa a balançar a cabeça em sinal de positivo
>ela vira pra mim e diz que eu não serei bem vindo la
>ignoro Olivia
>pego a boneca e saio do meu quarto
>no caminho até o outro quarto fui observando a boneca
>ela era feita de palha e parecia ser muito antiga
>a boneca não tinha olhos
>conforme eu andava, sentia um clima pesado no ar
>o corredor parecia ir se alongando a cada passo que dava
>finalmente cheguei em frente à porta
>um silêncio absurdo tomou conta do lugar
>bati 3 vezes na porta
>ninguém respondeu
>aguardei 1 minuto e retornei a bater
>ninguém respondeu
>pensei que não tinha ninguém em casa
>deixei a boneca na porta e voltei pro meu quarto
>entro no meu quarto e fecho a porta
>caminho até a sala onde Olivia estava
>ouço o som da outra porta se abrindo e depois fechando lentamente
>saio do meu quarto novamente
>corredorvazio.JPEG
>não havia nenhum sinal de vida lá exceto por uma coisa
>a boneca não estava mais lá
>ouço meus pais subindo as escadas e volto pra casa
>meus pais trouxeram café da manhã
>contei pra eles a história da boneca
>pais não dão a foda
>saímos naquela tarde para passear
>fomos ao monumento das crianças e ouvimos histórias sobre a bomba de Hiroshima
>voltamos para casa no fim da tarde
>quando estávamos subindo as escadas pude ouvir uma risada de criança
>quando chego no andar o som das risadas cessam
>jantar.PNG
>depois do jantar meus pais dizem pra eu e a Olívia ficarmos no quarto
>eles iriam pra um bar que tinha perto dali
>nada muito sofisticado, mas era o único lugar das redondezas que vendia o famoso mé
>sozinho_com_olivia.rar
>começamos a brincar de baralho até que voltei a ouvir a risada
>pergunto se Olivia ouvia algo mas ela diz que não tava ouvindo nada
>saio do quarto para ver de onde vinha aquele barulho e o barulho cessa
>sinto um clima pesado no corredor e uma energia negativa me atraindo para a porta
>tive medo de ir
>mas aquela porta parecia ser irresistível…
>caminho em silêncio até a porta
>vejo uma sombra passando rapidamente pela brecha (português para espaço entre a porta e o chão)
>continuo caminhando até que chego na porta
>colo o rosto na porta na esperança de ouvir o que se falava do outro lado
>silêncio. Mp3
>decido olhar pelo buraco da fechadura
>vejo uma menina ajoelhada de costas brincando com a boneca que a Olívia tava
>a menina tinha os cabelos curtos e parecia abatida
>fico observando por uns minutos
>ela não fazia nada além de pentear os cabelos daquela boneca
>realizo que alguém podia chegar e volto para o meu quarto
>sono.rar
>sono pesado mesmo
>acabo adormecendo no sofá
>8:15h.JPEG
>acordo novamente
>acho estranho acordar nessa hora porque nunca consigo acordo cedo e já é a segunda vez em dois dias
>penso que deve ser por conta do fuso horário
>meus pais estão dormindo ainda
>Olivia mais uma vez está acorda, brincando na sala
>bomdiaolivia.mp3
>Olivia me olha
>Olivia diz que eu não devia ter ido lá
>pergunto o porquê
>Olivia ajoelha e começa a brincar com seu urso de pelúcia
>achei estranha a cena, mas não dei a foda
>a única coisa que não saía da minha cabeça era o fato de Olivia ta ajoelhada, penteando o urso da mesma forma que a menina do quarto vizinho
>digo que vou na recepção brincar um pouco
>a recepção era foda
>tinha até PlayStation pra jogar
>não tinha aproveitado nada ainda desde que tinha chegado
>saio do quarto
>caminho até as escadas
>ouço a mesma risada de novo
>decido dar uma passada no quarto vizinho antes de descer
>risada cessa
>algo em mim diz que era pra descer as escadas e ir pra a recepção
>resisto a vontade por alguns instantes
>resistência dura menos que alegria de pobre
>vou até o quarto
>silêncio.Mp3
>olho pela fechadura
>não vejo nada
>só vejo uma cor vermelha muito forte
>realizo que alguém daquele quarto deve ter me descoberto e cobriu o buraco da fechadura com algum pano para eu não ver mais
>volto a ouvir as risadas
>fuidescoberto.fudeu.GIF
>dou meia volta e desço as escadas
>recepção.Jpeg
>o velhinho estava atendendo alguns hóspedes
>me aproximo dele é pergunto se ele pode me tirar uma dúvida
>ele confirma
>pergunto sobre a história que envolve o quarto
>o semblante dele muda novamente
>o senhor me pede pra esperar ele terminar de atender aos hóspedes e diz que me responde depois
>aguardo 10 minutos
>velhodemorado_da_porra.GIF
>velhinho me leva pra os fundos da pousada
>realizo que é rape time
>velhinho me mostra 3 lápides
>ele me diz que seus pais tinham morrido por conta da bomba e que as duas maiores lápides eram dos pais dele
>seus pais eram os donos daquela pousada quando a bomba caiu na cidade de Hiroshima
>booom.WAV
>quando a bomba caiu as pessoas que perderam suas casa foram se refugir na pousada deles
>ele contou que os efeitos da radiação foi a terceira coisa mais assustadora que ele viu na vida
>a radiação fez seus pais vomitarem sangue e derrubou seus cabelos
>ele disse que também sofreu com a radiação e que ela fez seu corpo ficar em carne viva
>ele diz que quem mais sofreu com isso foi sua irmã mais nova
>essa lápide menor é dela - ele me disse
>dois meses depois da bomba seus pais morreram e ele ficou responsável pela pousada e pela sua irmã
>ele contou que uma mulher estranha não tinha onde ficar e pediu a ajuda dele
>a mulher parecia não ter sofrido com a radiação, mas ainda assim estava bastante maltrapilha
>ele prontamente se dispôs a ajudar e liberou o quarto onde ele morava com a irmã pra ela
>a mulher havia ficado extremamente grata e quis retribuir
>a mulher disse para ele (o velhinho, quando criança) que ela poderia curar ele da radiação mas que um grande sacrifício seria necessário para isso
>seguidora declarada da deusa pagã Beltane
>a pele em carne viva estava fedendo à podre naquele momento
>ele concordou, não tinha nada a perder mesmo
>ela pega dois baldes de prata e ateia fogo neles
>coloca ele no centro e começa um ritual pagão
>ela trás a irmã mais nova dele e a coloca na sua frente
>a mulher tira de dentro de uma caixa uma boneca, a boneca da morte
>ela diz que se a boneca não ver doença nele, seu corpo também não verá.
>mulher_arranca.osolhosdaboneca.GIF
>o ritual do estava quase completo, faltava apenas uma coisa
>a mulher corta sua mão e esfrega o sangue na cara da irmã mais nova dele
>eoq?!.rar
>mulher diz que para o ritual estar completo ela precisava do corpo de uma menina virgem
>menina abre a boca para gritar
>era tudo o que a mulher queria
>ela espirra o sangue da mão na boca da menina encerrando o ritual
>e aí?! Aconteceu o que? - perguntei ao velhinho
>a coisa mais assustadora que vi na minha vida. - me responde.
>ele diz que a menina começa a se contorcer e gritar com uma voz diferente
>não era mais a irmã dele
>era Beltane
>a menina pulou para cima dele apertando seu pescoço
>aaaaaaaah.mp3
>quando ele começa a gritar, Beltane começa a sugar dele uma espécie de nuvem preta
>sua pele começa a voltar ao normal
>ele diz que tremia e sentia seu corpo inteiro queimar
>futurovelhinho_desmaia.JPEG
>ele me diz que quando acordou ele estava curado.
>a mulher havia sumido
>sua irmã também
>ele procura por toda a pousada e por todo o quarto
>nada.gif
>1 ano se passa desde o episódio
>risadas começam a ser ouvidas pela pousada
>ele realiza que as risadas vem do quarto
>quartovazio.jpeg
>ele decide encerrar aquela história
>quarto é trancado e a chave é enterrada ao lado de seus pais, representando sua irmã.
>ele me conta que já se fazem décadas que as risadas são ouvidas, mas que nunca ninguém teve coragem de entrar no quarto
>meu cu naquela hora já tava mais preso que o teu intestino quando você viaja
>pergunto o que porra foi a coisa mais assustadora que ele viu na vida
>ele diz que foi a cara da irmã dele quando ela tava em cima dele, sugando a nuvem preta.
>”eu nunca vou esquecer aquele vermelho forte dos olhos da minha irmã”
Comentários
Postar um comentário