Semnome

>entrevistadora: Para começar com o básico, de onde você veio?
>não sei se tenho uma resposta muito simples pra essa pergunta
>então vamos com a resposta complicada
>não sei exatamente quem veio primeiro
>eu
>ou a primeira consciência
>só sei que foi a 550 mil anos
>na alvorada da humanidade
>o primeiro ser consciente
>que pouco se parecia com o humano moderno
>não possuía um nome
>não havia necessidade
>ele era único
>ninguém o chamaria e ele não chamaria ninguém
>seu intelecto era mínimo
>mas ele foi capaz de algo único
>em todos os 4 bilhões de anos da Terra
>ninguém, além dele, jamais olhara para o céu
>e tentara imaginar o desconhecido
>assim eu tomei forma
>primeiro um raio
>algo que o primeiro achou surpreendente
>depois um estrela cadente, que ele imaginou ser um pedaço do céu que caia
>apesar de seu pioneirismo na consciência
>ele enfrentou o destino de tudo que vive
>a morte
>mas não antes de plantar sua semente no mundo
>os filhos eram tão conscientes quanto o pai
>através das gerações eu mudei
>me transformei em tudo o que as consciências acharam vir de algo superior
>me tornei maior
>a cada século eu me espalhava cada vez mais pelo globo
>muito anos antes de colombo eu já havia chegado a América
>eu já havia encontrado este continente
>por breves instantes eu contemplei a lua
>levado pelas missões apollo
>eu toquei aquilo no qual já fui personificado
>por isso digo que não há resposta simples para sua pergunta
>não sei o que veio primeiro
>sequer sei se realmente existo
>ou sou mera criação da consciência compartilhada pelo homem nos últimos milênios
>entrevistadora: Como você se sente no mundo moderno, com a expansão da ciência e da decadência do mito?
>devo-lhe corrigir em uma coisa
>o mito ainda existe em todo os seres conscientes
>a diferença é que hoje
>não me pareço mais com a lua ou sol
>uma mulher de 6 braços ou um homem com cabeça de elefante
>hoje pareço mais com Albert Einstein ou Isaac Newton
>a foto de um buraco negro ou uma equação de onda
>não creio que eu seja uma divindade
>ou algo que precise de adoração
>eu sou a imaginação compartilhada do ser humano
>hoje a crença do homem não se baseia mais no sobrenatural
>o homem crê na ciência e na tecnologia
>e é isso que eu me tornei
>me vejo hoje como um jazz digital
>correndo por cabos no fundo do mar
>viajando o espaço na velocidade da luz até o satélite mais próximo
>e sendo retransmitido para todo canto
>antes era feito de pedra
>hoje tenho um DNA digital
>e me intriga do que serei feito no futuro

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

GT do Guidão

GT do Google Ultron [G]Old

GT do coração blindão (Completo)