GT do Rasta - Parte Nova [22/03/17]
>as vezes olho para trás e penso>e se eu tivesse pegado um moto taxi?
>e se eu tivesse escolhido a goiaba?
>eu ñ ia ta naquele ponto no qual eu ia ver um mendigo sendo morto
>aliás vocês conhecem muito o rasta
>e a minha história
>mas será que me conhecem?
>vocês sabem quem eu era antes de tudo isso?
>vocês sabem como eu me sinto a respeito?
>eu to prestes a morrer
>e acho que talvez esteja na hora de conhecerem um pouco mais sobre mim como pessoa
>a pessoa que eu sou
>não o braço direito de um chefe do crime
>mas sim o garoto de 17 anos que não sabe o que está fazendo da vida
>século 2003
>meu pai abandona minha familía
>século 2004
>somos forçados a ir morar com a minha vó ja que meu pai manda nos expulsar da casa dele
>aconteceram outras coisas
>mas não vem ao caso
>o que precisam saber é que minha mãe foi guerreira
>me criou praticamente sozinha até se casar de novo
>e naquele ano
>eu queria comprar um presente para ela de natal
>mas não tinha dinheiro
>saí pra procurar um emprego
>andei pela cidade toda de loja em loja a pé
>quando fui ver já era de noite
>e eu não sabia bem onde eu estava
>por isso tive qu voltar de ônibus
>mas
>e se eu tivesse conseguido um emprego?
>talvez eu não estaria baleado agora
>e pronto pra morrer
>lembra da porra da guerra?
>nem foi assim q eu fui baleado
>mas como ninguém se importa com a minha história pré-rasta
>vamos continuar com a ordem normal dos fatos
>a guerra estava prestes a estourar
>eu sabia que o melhor a se fazer era um acordo
>ou ia ter gente morta pelas ruas
>e o povo daquela favela já sofria de mais
>fui atrás dos outros líderes e conseguimos chegar a um acordo
>mas o rasta não concordava
>ele nunca concordou com nada
>eu tava ficando cansado desse cara
>ele estava disposto a sacrificar vidas por dinheiro
>e invadiu a casa do baiano sem me comunicar
>matou 6 homens
>perdeu 3
>e ele nem ligava
>o baiano ficou puto
>reuni com os dois chefes de novo
>eles queriam me matar
>foi toda aquela coisa de apontar arma na minha cabeça e tudo mais
>mas eu nem ligava
>nem me sentia conectado com esse mundo
>eu tava morto por dentro
>não dava pra se sentur vivo daquela maneira
>eu tava em outro universo
>até que um tapa me trouxe de volta
>quando eu percebi eu estava sendo segurado e esmurrado
>aquilo doía
>até que entendi o que estava acontecendo
>me jogaram no sofá depois daquilo
>mandaram eu me explicar
>eu falei q o rasta fez tudo aquilo sem me comunicar
>e que ele era o problema
>falaram q então o problema era meu
>q ou eu matava o rasta ou eles me matariam
>suave
>eu nem tava nesse mundo de novo
>que merda ta acontecendo comigo?
>eu não me drogo então será quem me drogaram e eu não percebi?
>eu tava em uma brisa monstra
>nem ouvia o que o cara dizia
>só concordei com tudo e fui embora
>cheguei na casa do rasta
>ele tava com 3 caras bebendo
>cheguei lá e me sentei
>o rasta nem ligou
>vi uma arma em cima de uma mesinha
>peguei e comecei a olhar
>o rasta nem ligou ele confiava em mim
>mas eu não confiava nele
>eu sabia q ele ia acabar nos matando
>eu nem me sentia vivo e conectado a terra
>quando levantei
>e saí com uma arma na mão
>e voltei logo em seguida atirando
>o primeiro tiro pegou no pescoço de um dos caras
>o segundo entrou pela orelha do outro
>o terceiro acertou um copo
>o quarto pegou na costela do outro
>o quinto era pro rasta
>que estava começando a levantar sua arma
>o mundo passava em camera lenta
>dei o quinto tiro
>que pegou na mão do rasta
>o sexto pegou no estomago
>fui até o rasta
>ele ainda estava vivo
>ele cuspiu sangue
>e me perguntou porque
>e a verdade
>é que eu não tinha motivo
>eu não o matei por causa das ameaças
>pra liderar
>e nem para agradar ninguém
>eu o matei simplesmente porque eu quis
>e não sentia remorso por isso
>eu sabia q ele matou a sangue frio várias pessoas
>e torturava outras
>ele não sentia piedade
>por que eu teria?
>a essa hora eu sabia q iam vir vários caras
>peguei a arma do rasta
>ela era bonita
>prateada
>e com ela eu dei o tiro final
>guardei a arma
>e saí lá pra fora
>nessa hora um monte de cara já tava lá armado
>me perguntaram o que aconteceu
>e eu disse q o rasta morreu
>uns caras vieram pedir explicação
>e eu simplesmente disse q ele morreu e saí
>peguei uma moto e descí o morro
>fui até a casa do deputado
>já era noite
>o barbosa me mandou voltar no outro dia
>eu não quis
>até que dois carros chegaram
>era o deputado e o cornel
>o deputado fez sinal pro barbosa me deixar entrar enquanto entrava com os carros
>ao entrar o deputado olhou com uma cara de nojo pra mim
>olhei pra baixo e percebi
>eu tava todo sujo de sangue
>o que aconteceu rapaz?
>nessa hora cornel se aproximava
>eu falei
>eu matei o rasta
>nessa hora o deputado tremeu
>acho q ele achou que era o próximo
>talvez, mas não agora
>o cornel me deu os parabéns
>disse q era algo q já deveria ter sido feito a tempos
>eu entrei e tomei banho
>o deputado me emprestou um de seus ternos
>parecia ser o único tipo de roupas que ele tinha
>nos sentamos para conversar
>cornel me perguntou como eu ia comandar daqui pra frente
>eu disse q ñ ia
>ele me perguntou como assim
>eu não quero comandar o tráfico
>não quero ter nada a ver com isso mais
>quero um vida normal
>ele riu de mim
>disse q eu já tava atolado até o talo nessa merda
>e q ñ dava pra eu sair mais
>eu disse q ñ dava mais pra mim
>q tava cansado de ver gente morrer
>ele disse q tava tudo bem
>q tinha outro trabalho mais tranquilo pra mim
>politica
>eu entendi oq ele quis dizer
>queria q eu fosse mais um corrupto
>quando me recusei
>não deu outra
>ele ficou puto
>disse q precisava de mais uma bebida
>ele pegou a garrafa
>e estorou na minha cabeça
>eu fiquei zonzo
>muita dor
>mas consciente
>tentei pegar a arma do rasta
>ele viu
>pegou ela da minha mão
>muita dor para resistir
>arma bonita
>acho q vou ficar pra mim
>vamos testa-la
>e ele atirou
>bem na minha barriga
>o deputado gritou q porra é essa
>o barbosa veio correndo
>o cornel mandou o barbosa me jogar em uma vala
>e agora eu to aqui
>no porta malas de um carro
>baleado
>indo em direção a morte
>sem ter direito a um funeral
>sem últimas palavras
>e tudo isso
>por que queria arrumar um emprego.
>mas pelo menos consegui comprar o presente
>mas esse presente
>teve um preço muito alto
>e se eu tivesse escolhido a goiaba?
>eu ñ ia ta naquele ponto no qual eu ia ver um mendigo sendo morto
>aliás vocês conhecem muito o rasta
>e a minha história
>mas será que me conhecem?
>vocês sabem quem eu era antes de tudo isso?
>vocês sabem como eu me sinto a respeito?
>eu to prestes a morrer
>e acho que talvez esteja na hora de conhecerem um pouco mais sobre mim como pessoa
>a pessoa que eu sou
>não o braço direito de um chefe do crime
>mas sim o garoto de 17 anos que não sabe o que está fazendo da vida
>século 2003
>meu pai abandona minha familía
>século 2004
>somos forçados a ir morar com a minha vó ja que meu pai manda nos expulsar da casa dele
>aconteceram outras coisas
>mas não vem ao caso
>o que precisam saber é que minha mãe foi guerreira
>me criou praticamente sozinha até se casar de novo
>e naquele ano
>eu queria comprar um presente para ela de natal
>mas não tinha dinheiro
>saí pra procurar um emprego
>andei pela cidade toda de loja em loja a pé
>quando fui ver já era de noite
>e eu não sabia bem onde eu estava
>por isso tive qu voltar de ônibus
>mas
>e se eu tivesse conseguido um emprego?
>talvez eu não estaria baleado agora
>e pronto pra morrer
>lembra da porra da guerra?
>nem foi assim q eu fui baleado
>mas como ninguém se importa com a minha história pré-rasta
>vamos continuar com a ordem normal dos fatos
>a guerra estava prestes a estourar
>eu sabia que o melhor a se fazer era um acordo
>ou ia ter gente morta pelas ruas
>e o povo daquela favela já sofria de mais
>fui atrás dos outros líderes e conseguimos chegar a um acordo
>mas o rasta não concordava
>ele nunca concordou com nada
>eu tava ficando cansado desse cara
>ele estava disposto a sacrificar vidas por dinheiro
>e invadiu a casa do baiano sem me comunicar
>matou 6 homens
>perdeu 3
>e ele nem ligava
>o baiano ficou puto
>reuni com os dois chefes de novo
>eles queriam me matar
>foi toda aquela coisa de apontar arma na minha cabeça e tudo mais
>mas eu nem ligava
>nem me sentia conectado com esse mundo
>eu tava morto por dentro
>não dava pra se sentur vivo daquela maneira
>eu tava em outro universo
>até que um tapa me trouxe de volta
>quando eu percebi eu estava sendo segurado e esmurrado
>aquilo doía
>até que entendi o que estava acontecendo
>me jogaram no sofá depois daquilo
>mandaram eu me explicar
>eu falei q o rasta fez tudo aquilo sem me comunicar
>e que ele era o problema
>falaram q então o problema era meu
>q ou eu matava o rasta ou eles me matariam
>suave
>eu nem tava nesse mundo de novo
>que merda ta acontecendo comigo?
>eu não me drogo então será quem me drogaram e eu não percebi?
>eu tava em uma brisa monstra
>nem ouvia o que o cara dizia
>só concordei com tudo e fui embora
>cheguei na casa do rasta
>ele tava com 3 caras bebendo
>cheguei lá e me sentei
>o rasta nem ligou
>vi uma arma em cima de uma mesinha
>peguei e comecei a olhar
>o rasta nem ligou ele confiava em mim
>mas eu não confiava nele
>eu sabia q ele ia acabar nos matando
>eu nem me sentia vivo e conectado a terra
>quando levantei
>e saí com uma arma na mão
>e voltei logo em seguida atirando
>o primeiro tiro pegou no pescoço de um dos caras
>o segundo entrou pela orelha do outro
>o terceiro acertou um copo
>o quarto pegou na costela do outro
>o quinto era pro rasta
>que estava começando a levantar sua arma
>o mundo passava em camera lenta
>dei o quinto tiro
>que pegou na mão do rasta
>o sexto pegou no estomago
>fui até o rasta
>ele ainda estava vivo
>ele cuspiu sangue
>e me perguntou porque
>e a verdade
>é que eu não tinha motivo
>eu não o matei por causa das ameaças
>pra liderar
>e nem para agradar ninguém
>eu o matei simplesmente porque eu quis
>e não sentia remorso por isso
>eu sabia q ele matou a sangue frio várias pessoas
>e torturava outras
>ele não sentia piedade
>por que eu teria?
>a essa hora eu sabia q iam vir vários caras
>peguei a arma do rasta
>ela era bonita
>prateada
>e com ela eu dei o tiro final
>guardei a arma
>e saí lá pra fora
>nessa hora um monte de cara já tava lá armado
>me perguntaram o que aconteceu
>e eu disse q o rasta morreu
>uns caras vieram pedir explicação
>e eu simplesmente disse q ele morreu e saí
>peguei uma moto e descí o morro
>fui até a casa do deputado
>já era noite
>o barbosa me mandou voltar no outro dia
>eu não quis
>até que dois carros chegaram
>era o deputado e o cornel
>o deputado fez sinal pro barbosa me deixar entrar enquanto entrava com os carros
>ao entrar o deputado olhou com uma cara de nojo pra mim
>olhei pra baixo e percebi
>eu tava todo sujo de sangue
>o que aconteceu rapaz?
>nessa hora cornel se aproximava
>eu falei
>eu matei o rasta
>nessa hora o deputado tremeu
>acho q ele achou que era o próximo
>talvez, mas não agora
>o cornel me deu os parabéns
>disse q era algo q já deveria ter sido feito a tempos
>eu entrei e tomei banho
>o deputado me emprestou um de seus ternos
>parecia ser o único tipo de roupas que ele tinha
>nos sentamos para conversar
>cornel me perguntou como eu ia comandar daqui pra frente
>eu disse q ñ ia
>ele me perguntou como assim
>eu não quero comandar o tráfico
>não quero ter nada a ver com isso mais
>quero um vida normal
>ele riu de mim
>disse q eu já tava atolado até o talo nessa merda
>e q ñ dava pra eu sair mais
>eu disse q ñ dava mais pra mim
>q tava cansado de ver gente morrer
>ele disse q tava tudo bem
>q tinha outro trabalho mais tranquilo pra mim
>politica
>eu entendi oq ele quis dizer
>queria q eu fosse mais um corrupto
>quando me recusei
>não deu outra
>ele ficou puto
>disse q precisava de mais uma bebida
>ele pegou a garrafa
>e estorou na minha cabeça
>eu fiquei zonzo
>muita dor
>mas consciente
>tentei pegar a arma do rasta
>ele viu
>pegou ela da minha mão
>muita dor para resistir
>arma bonita
>acho q vou ficar pra mim
>vamos testa-la
>e ele atirou
>bem na minha barriga
>o deputado gritou q porra é essa
>o barbosa veio correndo
>o cornel mandou o barbosa me jogar em uma vala
>e agora eu to aqui
>no porta malas de um carro
>baleado
>indo em direção a morte
>sem ter direito a um funeral
>sem últimas palavras
>e tudo isso
>por que queria arrumar um emprego.
>mas pelo menos consegui comprar o presente
>mas esse presente
>teve um preço muito alto
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