Ela deveria continuar morta
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Ela deveria continuar morta
>eu escrevo isso em forma de desculpas pelas pessoas que foram afetas pelos meus erros
>eu espero que do fundo do meu coração
>que se Deus realmente exista
>ele me perdoe pelos atos que fiz
>embora, acho que nem ele me perdoaria
>minha esposa estava em um estado terminal
>e alguns meses atrás ela morreu
>eu fiquei muito abalado com a perda
>ela era maravilhosa
>todas as pessoas que tiveram o prazer de conhece-la
>sempre falavam que era uma mulher doce, amável e carinhosa
>eu não podia suportar a dor
>então fiz uma coisa terrível
>eu não vou te dizer como eu fiz ou como eu aprendi
>pois os danos que eu causei foram suficientes
>mas eu encontrei uma maneira de...
>de traze-la de volta
>trazer minha esposa de volta a vida
>traze-la do além
>eu não podia mais suportar ficar sozinho
>então...
>cometi um erro terrível na minha solidão
>quando eu terminei o ritual, nada aconteceu
>eu já havia desistido enquanto carrega-la minha esposa de volta para o seu tumulo
>eu comecei a ouvir e sentir ela respirando
>a felicidade tomou conta do meu corpo
>eu percebi que o som emanava de sua boca
>eu tinha trago ela de volta a vida
>na época eu não consegui entender completamente o que aquilo era
>mas na minha feliz ignorância
>eu levei-a de volta para casa
>ela não era a mesma
>não era mais carinhosa
>parecia mais um ser primitivo
>ou um animal instintivo
>ela gritava e rosnava pra mim sempre que passava por ela
>eu estava preocupado
>não só pelo meu próprio bem
>mas pelo bem dela
>para que ela não pudesse escapar
>que fique registrado aqui
>que foi para o seu próprio bem que eu tranquei ela no porão
>eu nunca quis mantê-la dessa forma
>eu nunca imaginei que minhas ações poderiam ser piores que isso
>eu continuei ali pelo tanto de tempo que pude
>até que seus gritos pareciam mais e mais desesperados
>eu não conseguia acreditar que aqueles gritos eram de minha esposa
>ou seja lá que aquilo era
>eu precisava fazer alguma coisa
>então algo aconteceu
>eu percebi que eu não era o único que ouvia os gritos
>meus vizinhos começaram a ficar curiosos
>eventualmente, invadiram meu quintal para bisbilhotar
>eu peguei um em flagrante
>e como eu não tinha nenhuma explicação para dar para o que ele viu e ouviu
>eu o ataquei
>eu não queria mata-lo
>mas ele não queria sair da minha casa por sua própria vontade
>como teriam consequências se eu o deixasse ir
>tranquei-o no porão com a minha esposa
>este...
>foi meu segundo erro
>fora o som de ossos naquela noite
>não ouve gritos
>ao amanhecer, decidi verificar meu vizinho
>mas ele não estava mais lá
>primeiramente achei que ele tivesse escapado
>ou ter se escondido em algum lugar
>então eu percebi uma quantidade enorme de sangue
>e um pedaço de carne perto da minha esposa
>que estava dormindo agora
>ela tinha se alimentado dele
>e agora dormia
>todo esse tempo, os gritos eram de fome
>eu fechei a porta e fui me deitar novamente
>ela ficou quieta por mais alguns dias
>parecia que ela só precisava comer de vez em quando
>eu não tenho orgulho do que eu fiz
>eu saia todas as noites
>tão tarde que quase ninguém andava nas ruas
>andei pelas ruas procurando por pessoas que estavam sozinhas
>eu atacava e levava seus corpos para a minha mulher no porão
>eu costumava acordar no meio da noite para ouvir seus gritos
>gritos de socorro
>a fome despertava a besta que havia dentro dela
>fazendo ela gritar cada vez mais alto
>enfim, apenas 10 minutos de trituração e quebra de ossos
>me garantiria mais uns dias de sossego
>não era eu quem realmente matava aquelas pessoas
>mas eu sabia que eu era o culpado
>foram minhas ações que provocaram a morte de tantos
>e minha ações causaram tristeza nas famílias das vitimas
>quantos panos rasgados e sangrentos ainda tenho que queimar?
>quantas pessoas foram destruídas por minha culpa?
>eu perdi a noção dos números
>mas com certeza, ainda é um número alto
>a partir de um certo momento eu passei a me referir a ELE
>por que aquilo não era mais minha esposa
>dias após dia ela foi ficando mais forte
>e sua força estava aumentando
>e como o tempo passou, eu fui obrigado a levar para casa mais comida
>pessoas maiores
>homens... duas mulheres... uma mulher e um homem...
>eventualmente, aquilo já estava comendo um homem adulto por dia
>eu sabia em algum canto escuro da minha mente, eu sabia que isso não poderia durar para sempre
>eu não podia continuar levando as pessoas
>eu estava correndo o risco de ser pego
>embora eu merecia ser
>o medo tomou conta de mim, então eu, eu resolvi fugir
>eu tinha arrumado minhas malas quando ouvi uma batida na porta
>a policia tinham encontrado um rastro de sangue vindo dos bosques até a minha propriedade
>e me perguntaram se eu tinha visto algo suspeito
>eu tentei manter a cabeça fria
>e não parecer culpado
>mas o fato deles me verem apressado
>e com malas prontas não me ajudaria na minha situação
>eu não sei por que, mas eu sabia que merecia ser condenado
>então aquilo começou a gritar
>ele gritou mais alto do que eu já mais tinha ouvido e parecia logo
>os policias rapidamente sacaram suas armas e entraram dentro da minha casa achando que havia algum animal predador
>eles finalmente encontram a porta do meu porão
>e abriram
>e lentamente... muito lentamente desceram as escadas...
>eu não estava com a cabeça no lugar
>então eu fiz a única coisa que eu conseguia pensar naquele instante...
>eu fechei a porta
>tranquei e joguei a chave
>corri para o meu quarto e peguei minhas malas passando pela porta do porão
>eu ouvi os gritos dos policias que me assombram até hoje
>eu ouvi o som da madeira estraçalhando
>aquela coisa...
>tinha escapado do porão
>corri o mais rápido que minhas pernas suportaram de lá
>continuei correndo até chegar a estação e peguei um trem que me levasse para longe
>aquele lugar é uma cidade fantasma agora...
>salpicado de sangue
>mas nenhum corpo vivo anda por lá
>eu desejo muito retornar a minha antiga propriedade
>para reunir as minhas pesquisas
>por que sinto que posso fazer certo dessa vez
>eu estou atormentado pelo mal que fiz
>e pelas vidas que se foram por minha causa
>por isso eu desejo retornar as minhas pesquisas
>eu não só acho que posso reviver minha esposa
>como também acho... que posso reviver a cidade inteira
>de uma só vez
>eu vou tentar de novo...
Créditos: Apenas um Contador
Ela deveria continuar morta
>eu escrevo isso em forma de desculpas pelas pessoas que foram afetas pelos meus erros
>eu espero que do fundo do meu coração
>que se Deus realmente exista
>ele me perdoe pelos atos que fiz
>embora, acho que nem ele me perdoaria
>minha esposa estava em um estado terminal
>e alguns meses atrás ela morreu
>eu fiquei muito abalado com a perda
>ela era maravilhosa
>todas as pessoas que tiveram o prazer de conhece-la
>sempre falavam que era uma mulher doce, amável e carinhosa
>eu não podia suportar a dor
>então fiz uma coisa terrível
>eu não vou te dizer como eu fiz ou como eu aprendi
>pois os danos que eu causei foram suficientes
>mas eu encontrei uma maneira de...
>de traze-la de volta
>trazer minha esposa de volta a vida
>traze-la do além
>eu não podia mais suportar ficar sozinho
>então...
>cometi um erro terrível na minha solidão
>quando eu terminei o ritual, nada aconteceu
>eu já havia desistido enquanto carrega-la minha esposa de volta para o seu tumulo
>eu comecei a ouvir e sentir ela respirando
>a felicidade tomou conta do meu corpo
>eu percebi que o som emanava de sua boca
>eu tinha trago ela de volta a vida
>na época eu não consegui entender completamente o que aquilo era
>mas na minha feliz ignorância
>eu levei-a de volta para casa
>ela não era a mesma
>não era mais carinhosa
>parecia mais um ser primitivo
>ou um animal instintivo
>ela gritava e rosnava pra mim sempre que passava por ela
>eu estava preocupado
>não só pelo meu próprio bem
>mas pelo bem dela
>para que ela não pudesse escapar
>que fique registrado aqui
>que foi para o seu próprio bem que eu tranquei ela no porão
>eu nunca quis mantê-la dessa forma
>eu nunca imaginei que minhas ações poderiam ser piores que isso
>eu continuei ali pelo tanto de tempo que pude
>até que seus gritos pareciam mais e mais desesperados
>eu não conseguia acreditar que aqueles gritos eram de minha esposa
>ou seja lá que aquilo era
>eu precisava fazer alguma coisa
>então algo aconteceu
>eu percebi que eu não era o único que ouvia os gritos
>meus vizinhos começaram a ficar curiosos
>eventualmente, invadiram meu quintal para bisbilhotar
>eu peguei um em flagrante
>e como eu não tinha nenhuma explicação para dar para o que ele viu e ouviu
>eu o ataquei
>eu não queria mata-lo
>mas ele não queria sair da minha casa por sua própria vontade
>como teriam consequências se eu o deixasse ir
>tranquei-o no porão com a minha esposa
>este...
>foi meu segundo erro
>fora o som de ossos naquela noite
>não ouve gritos
>ao amanhecer, decidi verificar meu vizinho
>mas ele não estava mais lá
>primeiramente achei que ele tivesse escapado
>ou ter se escondido em algum lugar
>então eu percebi uma quantidade enorme de sangue
>e um pedaço de carne perto da minha esposa
>que estava dormindo agora
>ela tinha se alimentado dele
>e agora dormia
>todo esse tempo, os gritos eram de fome
>eu fechei a porta e fui me deitar novamente
>ela ficou quieta por mais alguns dias
>parecia que ela só precisava comer de vez em quando
>eu não tenho orgulho do que eu fiz
>eu saia todas as noites
>tão tarde que quase ninguém andava nas ruas
>andei pelas ruas procurando por pessoas que estavam sozinhas
>eu atacava e levava seus corpos para a minha mulher no porão
>eu costumava acordar no meio da noite para ouvir seus gritos
>gritos de socorro
>a fome despertava a besta que havia dentro dela
>fazendo ela gritar cada vez mais alto
>enfim, apenas 10 minutos de trituração e quebra de ossos
>me garantiria mais uns dias de sossego
>não era eu quem realmente matava aquelas pessoas
>mas eu sabia que eu era o culpado
>foram minhas ações que provocaram a morte de tantos
>e minha ações causaram tristeza nas famílias das vitimas
>quantos panos rasgados e sangrentos ainda tenho que queimar?
>quantas pessoas foram destruídas por minha culpa?
>eu perdi a noção dos números
>mas com certeza, ainda é um número alto
>a partir de um certo momento eu passei a me referir a ELE
>por que aquilo não era mais minha esposa
>dias após dia ela foi ficando mais forte
>e sua força estava aumentando
>e como o tempo passou, eu fui obrigado a levar para casa mais comida
>pessoas maiores
>homens... duas mulheres... uma mulher e um homem...
>eventualmente, aquilo já estava comendo um homem adulto por dia
>eu sabia em algum canto escuro da minha mente, eu sabia que isso não poderia durar para sempre
>eu não podia continuar levando as pessoas
>eu estava correndo o risco de ser pego
>embora eu merecia ser
>o medo tomou conta de mim, então eu, eu resolvi fugir
>eu tinha arrumado minhas malas quando ouvi uma batida na porta
>a policia tinham encontrado um rastro de sangue vindo dos bosques até a minha propriedade
>e me perguntaram se eu tinha visto algo suspeito
>eu tentei manter a cabeça fria
>e não parecer culpado
>mas o fato deles me verem apressado
>e com malas prontas não me ajudaria na minha situação
>eu não sei por que, mas eu sabia que merecia ser condenado
>então aquilo começou a gritar
>ele gritou mais alto do que eu já mais tinha ouvido e parecia logo
>os policias rapidamente sacaram suas armas e entraram dentro da minha casa achando que havia algum animal predador
>eles finalmente encontram a porta do meu porão
>e abriram
>e lentamente... muito lentamente desceram as escadas...
>eu não estava com a cabeça no lugar
>então eu fiz a única coisa que eu conseguia pensar naquele instante...
>eu fechei a porta
>tranquei e joguei a chave
>corri para o meu quarto e peguei minhas malas passando pela porta do porão
>eu ouvi os gritos dos policias que me assombram até hoje
>eu ouvi o som da madeira estraçalhando
>aquela coisa...
>tinha escapado do porão
>corri o mais rápido que minhas pernas suportaram de lá
>continuei correndo até chegar a estação e peguei um trem que me levasse para longe
>aquele lugar é uma cidade fantasma agora...
>salpicado de sangue
>mas nenhum corpo vivo anda por lá
>eu desejo muito retornar a minha antiga propriedade
>para reunir as minhas pesquisas
>por que sinto que posso fazer certo dessa vez
>eu estou atormentado pelo mal que fiz
>e pelas vidas que se foram por minha causa
>por isso eu desejo retornar as minhas pesquisas
>eu não só acho que posso reviver minha esposa
>como também acho... que posso reviver a cidade inteira
>de uma só vez
>eu vou tentar de novo...
Créditos: Apenas um Contador
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