GT da Saitama

>2014
>eu tava voltando pra casa de bus
>tava lotado
>ele fez uma parada
>entrou uma mina
>no momento não dei muita atenção à ela
>mas depois percebi que era uma 9/10
>e usava um pano na cabeça
>provavelmente tinha câncer
>mas acho que acabei olhando demais
>ela percebeu
>''algum problema?'' ela perguntou
>''não, eu..'' tentei falar
>''TEM ALGUM PROBLEMA EM EU SER CARECA?''
>''NUNCA VIU ALGUÉM COM CÂNCER?''
>azideia do saitama
>eu não falei nada
>''EU NÃO DISSE NADA''
>''NÃO TENHO CULPA SE TU É ESTRESSADA CAILLOU SHIPPUDEN''
>''ME CHAMOU DOQ?'' ela gritou
>''PODEM PARAR'' o motorista gritou
>passamos a viajem trocando olhares putos
>até que minha parada chegou
>desci
>alguém desceu cmg
>era a mina
>que saco
>''to cheio de sorte hoje'' falei quando ela desceu cmg
>''olha seu filho da..'' ela tentou falar
>mas ela cambaleou
>os olhos quase fecharam
>corri e segurei as costas dela antes que ela caísse
>''ei, calma'' falei
>ela parecia atordoada
>''ME SOLTA'' ela disse me empurrando
>''to bem, isso sempre acontece''
>''não preciso da sua ajuda''
>eu não queria ajudar a desgraçada
>mas me senti culpado por achar que estressei ela e ela quase desmaiou
>''onde é sua casa?''
>''te levo la'' falei
>''nem ferrando'' ela disse
>''ent vou te seguir''
>ela não tinha palavras pra descrever o quanto tava bolada cmg
>respirou fundo
>''fica a umas esquinas daqui''
>''vem logo'' ela virou e começou a andar
>alcancei ela
>passamos metade do caminho em silêncio
>até que resolvi perguntar algo pra puxar assunto
>''ent..o que vc tem?''
>''leucemia'' ela disse
>''hm..ja tentou fazer cosplay de avatar?''
>''ia ficar demais'' falei
>ela olhou 100% pistola pra mim
>''ce costuma fazer piada com geral que tem doença terminal?'' ela disse
>eoq.png
>''terminal? eu não sabia sério, eu..'' tentei falar
>''jkkkkk to te zuando imbecil'' ela disse rindo
>filha da desgraça
>ela riu até chegarmos na casa dela
>a mãe dela abriu a porta
>’’hmm, quem é esse?’’ a mãe dela disse sorrindo
>’’um imbecil que me seguiu’’ a mina disse entrando
>’’vc trouxe ela? Que cavalheiro’’
>’’aceita um café?’’ a mãe dela perguntou
>’’não aceita’’
>’’TCHAU’’ a mina gritou e saiu pra cozinha
>’’eu não sei o que vc fez’’
>’’mas parece que ela chegou rindo’’
>’’fazia tempo que eu não via ela assim, obrigado’’
>não foi exatamente eu que fiz ela rir
>mas aceitei os créditos
>fui embora
>uma semana se passou
>fiquei imaginando como estaria a cafunga carequinha
>já que nem o nome ela me disse
>era sábado e eu tava trabalhando fazendo entregas pra um restaurante
>recebemos um pedido de umas enfermeiras de um hospital
>fui até lá
>cheguei até o balcão da recepção
>a moça que tava lá pegou a comida e o dinheiro
>’’vou pegar o troco, pode sentar se quiser’’ ela disse
>virei para as fileiras de cadeiras
>na primeira fileira avistei a mina de antes
>’’o que ce ta fazendo aqui?’’ perguntei
>’’tenho câncer, isso é um hospital’’
>’’isso te diz algo?’’ ela perguntou
>oloko, pra que agredir
>’’faz sentido’’ falei sentando ao lado dela
>’’ent, pq vc não deixa eu me redimir por aquele dia?’’
>’’mesmo vc estando errada’’
>ela olhou pra mim com duvida
>’’vamo sair’’ falei
>ela riu mt
>’’ate parece, nunca’’ ela disse
>’’só uma chance, não faço merda’’
>ela me encarou
>’’sem piadas sobre a careca?’’ ela perguntou
>’’isso eu não prometo’’
>ela riu, e que sorriso meus amigos
>’’uma chance’’ ela disse escrevendo o número dela em um papel e me passando
>aesim.png
>peguei o troco me despedi e vazei
>chamei ela no wpp no msm dia
>finalmente descobri o nome dela, Lena
>marcamos um encontro em uma lanchonete
>quando cheguei no lugar marcado ela já tava me esperando na entrada
>mlk, a mina tava 10/10 agora, naquele pique
>e tava sem o pano na cabeça
>me segurei pra não fazer piada da careca
>cheguei nela e fiquei encarando
>’’o que foi?’’ ela perguntou envergonhada
>’’nada, só tava olhando meu reflexo na sua cabeça’’
>numdeunão.png
>’’idiota’’ ela disse me dando um soco no braço
>entramos e pedimos a comida
>conseguimos passar o encontro todo conversando sem brigar
>na verdade, a mina era fechamento demais
>até que chegou um grupo de mlks
>sentaram em uma mesa atrás de nós
>um deles de boné olhava constantemente pra gente
>’’parece uma bola de cristal heuehe’’ ele disse e os amigos riram
>a mina percebeu que ele tava falando da careca dela
>ficou envergonhada
>no meu turno não, só eu posso zuar ela
>peguei um chiclete que eu tinha no bolso
>comecei a mascar
>peguei o copo com o resto de suco que tinha e levantei
>’’pra onde ce vai?’’ a mina perguntou
>’’já volto’’
>passei pela cadeira do mlk de boné e esbarrei
>derramei nele o restante do suco que tinha no copo
>’’VC É CEGO SEU DEMENTE’’
>’’OLHA O QUE TU FEZ’’ ele gritou levantando
>’’ah mano, foi mal mesmo, não era a intensão’’ falei
>’’VAZA ANTES QUE EU TE QUEBRE’’
>ele disse voltando à sentar
>’’pelo menos deixa eu puxar a cadeira pra vc como desculpas’’
>puxei a cadeira antes dele sentar
>mlk caiu que nem merda
>’’caramba men, cuidado ai, pode se machucar’’ falei
>’’SÓ VAZA’’ ele gritou levantando
>avistei o boné dele que tinha caído quando ele sentou
>’’ta bom, ta bom, só vou pegar seu boné’’
>falei abaixando, peguei o boné
>rapidamente tirei o chiclete da boca e grudei na parte de dentro do boné sem ele perceber
>coloquei na cabeça dele e apertei
>’’ta ai, desculpa o incomodo’’ falei saindo
>ouvi os amigos dele rindo e ele me xingando
>quando voltei pra mesa a mina tava rindo também
>quando contei do chiclete ela quase desmaiou de rir
>ou foi só a leucemia mesmo
>pagamos a conta e saímos
>dps disso passamos a conversar constantemente e sair quando ela podia
>nosso primeiro beijo foi no terceiro encontro
>melhor beijo da minha vida
>eu tava gostando de uma mina com câncer
>a merda que isso ia dar só não era maior que a merda que era a minha vida
>mas ao passar do tempo os exames dela mostravam melhoras
>ela parecia cada vez mais feliz e melhor
>e eu ficava cada vez mais esperançoso
>até que ela tava quase que completamente curada
>fui junto dela fazer uma das últimas quimioterapias
>parecia até um sonho
>’’você não sabe o quanto seu apoio me ajudou’’
>’’tive tanto medo de morrer’’ ela disse com lágrimas nos olhos
>’’não precisa mais ter, já passou’’ falei pegando na mão dela
>’’verdade, mal posso esperar pra voltar a ser vegana’’
>’’vc não tinha me dito que era’’ falei
>’’ah, sou sim’’
>’’algumas pessoas tem preconceito’’
>’’mas a gente só quer o bem dos animais’’ ela disse
>’’eu entendo perfeitamente, acho uma atitude muito nobre’’
>’’vou pegar um suco pra gente la embaixo, já volto’’ falei beijando ela
>desci
>sai na rua e passei direto pela lanchonete
>vazei sem olhar pra trás
>bloqueei o número da mina
>namorar uma mina com câncer eu aguento
>agora uma vegana nem se pagassem

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